Imuno

Na gestação o embrião se comporta no organismo materno como um enxerto semi-alogênico, pois o feto apresenta antígenos de origem paterna que deveriam ser reconhecidos e rejeitados pelo organismo materno, além de o produto gestacional ser fortemente caracterizado pela intensa proliferação celular, à semelhança do que ocorre com os tumores, mas o sistema imune da mãe não dispara mecanismos visando ao bloqueio dessa proliferação, isso ocorre devido a uma intrincada rede imunorregulatória com o objetivo de desenvolver um estado de tolerância materno-fetal favorecendo a formação da placenta e o desenvolvimento do feto permitindo a implantação e manutenção do concepto.

Entre os fatores envolvidos para a tolerância e regulação do desenvolvimento fetal e formação da placenta, destacam-se:

1) A influência hormonal sobre o sistema imune materno

1.1) A ovulação, a cópula (com a exposição ao sêmen e a outros componentes do esperma) e fertilização contribuem para um efeito imunossupressor sobre a mucosa do trato reprodutivo feminino resultam em modificações imuno-inflamatórias, com implicação direta na implantação do blastocisto (estágio inicial do desenvolvimento embrionário).

1.2) Os hormônios esteróides tem efeitos sobre a diferenciação e proliferação das células endometriais uterinas durante a gestação e a progesterona (também chamada de hormônio da gravidez) exerce um papel importante sobre a resposta imune materna, pois induz maior ativação de células TH2 que são capazes de suprimir a função efetora dos linfócito T que sob o estímulo alogênico, passa a expressar também receptores para a progesterona. Sob altas concentrações desse hormônio, tais linfócitos passam a sintetizar uma proteína imunomodulatória, chamada de Fator Bloqueador Induzido pela Progesterona (PIBF) que inibe a liberação de ácido aracdônico (os metabólitos do acido aracdônico, também chamados eicosanóides, são sintetizados por as cicloxigenases (prostaglandinas e tromboxanos) que são mediadores