Tipos de sociedade
Luiz Sugimoto do Jornal da Unicamp
Se os agricultores utilizassem o sistema de plantio direito, protegendo a superfície do solo contra o impacto direto da chuva com uma cobertura morta, teríamos uma redução de cerca de 80% na erosão, que é um dos principais processos de degradação ambiental. A estimativa é de que o Brasil perca anualmente cerca de 500 milhões de toneladas de terra pela erosão hídrica. Estes dados são apresentados pelo professor Zigomar Menezes de Souza, da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Unicamp, que acaba de orientar pesquisa de mestrado envolvendo a aplicação de cobertura de resíduos de milho em cultura de feijão irrigado.
"Por meio do arraste das partículas do solo, há o transporte de nutrientes, matéria orgânica, água, sementes, fertilizantes e outros compostos, causando queda na produtividade das culturas e reduzindo a capacidade de armazenamento dos reservatórios de água, em conseqüência da sedimentação e assoreando de córregos. Além de proteger o solo, a cobertura vegetal induz a um maior armazenamento de água e melhoria dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo", explica o docente.
Segundo Zigomar de Souza, o sistema de plantio direto segue três princípios básicos: manter o solo sempre coberto por resíduos vegetais, não mais revolver o solo (apenas nos sulcos de semeadura) e empregar herbicidas para o controle de plantas daninhas. "Nossa pesquisa focou somente uma das etapas do sistema de plantio direto, avaliando aplicação de resíduos de milho como cobertura do solo. Um dos motivos porque o sistema não é mais praticado no Estado de São Paulo é que ainda não temos uma planta de cobertura adaptada para a região."
O professor esclarece que as condições climáticas do Sudeste são bem diferentes, por exemplo, das do Sul, onde a técnica de plantio direto está disseminada por quase toda a região e já