textualidade

RELAÇÕES INTERTEXTUAIS E ARGUMENTAÇÃO

Koch, Bentes e Cavalcante (2008) classificam a intertextualidade stricto sensu em quatro tipos: temática, estilística, explícita e implícita. As próprias autoras chamam atenção para o fato de que essa divisão não significa que um enunciado ou texto se constitua apenas a partir de um deles, pois podem ser utilizados simultaneamente em um mesmo texto, assim como em um mesmo enunciado a incorporação de um único intertexto pode gerar diferentes tipos de intertextualidade. Passemos à definição e exemplificação de cada um desses tipos.
1. Intertextualidade temática
Segundo as referidas autoras, esse primeiro tipo é definido como a relação de diálogo que dois ou mais textos mantêm entre si, compartilhando um mesmo tema, embora com acento valorativo diferente, uma vez que à medida que um texto é tomado dialogicamente por outro, devido à nova situação comunicativa no qual é usado, passa a atender a novos objetivos e a construir novos sentidos. Podemos perceber esse tipo de intertextualidade em diferentes esferas comunicativas: na jornalística, por exemplo, é comum um ato polêmico ou de grandes proporções trágicas ser noticiado e comentado por muitos veículos de comunicação e em diferentes gêneros. Percebe-se, nesse contexto da intertextualidade temática, uma relação de conteúdo entre os diferentes textos que se relacionam, de modo que um passa a ser motivo para o surgimento de outros. Vale enfatizar que essa relação temática entre diferentes textos ocorre a partir de apreciações ideológicas que manifestam propósitos comunicativos que se materializam na estrutura textual. O autor pode recorrer à intertextualidade temática, utilizando um intertexto com intuito argumentativo. Nos artigos de opinião, esse tipo de intertextualidade é um processo muito recorrente, uma vez que a argumentação só se faz necessária quando se tem, pelo menos, a possibilidade de existência de pontos de vista diferentes sobre um mesmo conteúdo, o que acaba