Texto - O Tempo Não Cura Dor Nenhuma
Instituto de Letras – Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas
LET01431 LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL – Profª Vânia Scalabrin
Nome: Isadora Schossler de Nardin Teixeira (244917) Data: 24/04/2014
O Tempo Não Cura Dor Nenhuma
No final de um dia que parecia ser um qualquer, minha mãe abriu a porta do quarto onde eu me encontrava. Eu e minha irmã mais velha, Victoria, sabíamos o que ela iria dizer, então assim que ela tentou falar tivemos certeza: nossa avó paterna havia falecido.
Alguns dias antes disso, havíamos visto nosso pai recebendo uma ligação e saindo apressado de casa. Ele disse que nossa avó não estava bem e, sem qualquer explicação, foi embora, sem falar mais absolutamente nada. Esse silêncio perdurou por uma semana, pois minha mãe evitava falar conosco, ainda mais quando pedíamos notícias. Meu pai, que era filho único e muito apegado à sua mãe, não apareceu em casa por dias. É claro que já sabíamos, mas não queríamos acreditar.
Quando minha mãe teve coragem de contar, com os olhos inchados de tanto chorar escondida, senti algo que até hoje não sei explicar. Fiquei sabendo que ela havia falecido no dia 10 de agosto de 2008 e agora, que se passaram seis anos, ainda não aceito ter visto-a no dia anterior à sua morte sorrindo pra mim, me dando um livro, um livro da sua religião, o qual continha uma determinada reza que eu deveria ler dia após dia.
Lembro-me do jeito que ela caminhava devagar, quando foi embora, dizendo que meu aniversário estava chegando e eu deveria escolher um presente. Ainda não consigo acreditar que, no dia seguinte, a melhor pessoa que eu já conheci teve um ataque cardíaco.
Agora se passaram alguns anos, os quais só me mostraram que o tempo não cura dor nenhuma. O vazio continua presente em mim assim como no dia em que fiquei sabendo que eu não iria mais vê-la. Aos domingos, olho para sua foto na parede da sala e, além da saudade, me sinto inconformada por ter vivido tão pouco tempo ao lado