Texto Heraclito
As concepções de alma na Antiguidade
Profa. Miriam Peixoto
Aluno; Renato Alexandre Cardoso
A concepção de alma em Heráclito
Heráclito de Éfeso é um dos mais importantes filósofos pré-socráticos. Nos fragmentos citados por diversos comentadores – Aristóteles, Clemente de Alexandria, Diógenes Laércio, Ário Dídimo, Estobeu, Sexto Empírico, Numênio e Plutarco) e propostos para análise, o filósofo de Éfeso declara que “o princípio é alma” por ser ela a “exalação de que se compõe todo o resto” e que todas as coisas são eterbnamente móveis. Segundo sua concepção, nada permanece imóvel e nada permanece fixo (“tudo flui”). Para Heráclito, tudo é um conflito contínuo dos contrários que vão se alternando entre si – seco/úmido, morte/vida etc. A alma, em sua perspectiva possui propriedades completamente diferentes do corpo, com pode-se ver no fragmento “limites de alma não os encontrarias, todo caminho percorrendo; tão profundo lógos ela tem”. Neste passagem, citada por Diógenes Laércio, pode-se inferir que a alma estende-se ao infinito, contrariamente ao o que acontece com o que é físico. A morte da alma é tornar-se água, para a água morte é ronar-se terra, mas da terra nasce a água, que depois transforma-se em vapores/alma, num eterno devir. Para Heráclito a alma seca é mais sábia e melhor, pois quando úmida – num homem que se embriaga, por exemplo, faz com que nos tornemos cambaleantes, não sabendo por onde ir. Donde também o filósofo dizer que para as almas é prazer ou morte tornarem-se úmidas, conforme fragmento comentado por Numênio.