Texto critico
MANUELA IVONE P. DA CUNHA
As Organizações enquanto unidades de observação e análise:
O Caso da Prisão
PALAVRAS-CHAVES
CIÊNCIAS SOCIAIS,OBJECTO DE ESTUDO,
COMPLEXIDADE ORGANIZACIONAL
Manuela Ivone P. Da Cunha propõe-se analisar “…o estatuto de contextos etnográficos que parecem constituir à partida não só unidades de observação coerentes como, sobretudo, unidades de análise pré-delimitadas…”.A temática abordada assenta na sua essência e em primeira instância na interpermutabilidade dos objectos de estudo entre as várias ciências sociais. A autora tenta demonstrar a fronteira de nebulosidade e as áreas de permutação entre significâncias dos “vários” objectos de estudo. No fundo o texto defende em primeira instância a complexidade do todo social e a sua compartimentação entre vários olhares. O todo é uno e pluridimensional; será todavia o tipo de “lentes” disciplinares usadas que fará a identificação do prisma e analisar.
A autora foca-se de seguida na problemática específica do seu texto, em concreto a interpretação dos estabelecimentos prisionais como unidades organizacionais estanques e isoladas. Pondo em causa este postulado base (e exemplificando com diversos autores que o defenderam em termos cronológicos passados),infere contudo que, se aquele fosse correcto, as mesmas unidades organizacionais seriam quase perfeitas para análise de um dito microcosmos social.
São-nos fornecidos de seguida elementos argumentativos que se vão justapondo no sentido de concretizar a negação do postulado enunciado. Em primeiro lugar, salienta-se a progressiva abertura ao exterior destes contextos organizacionais, nomeadamente pela crescente interação dos seus actores com a realidade não prisional.
Em segundo lugar, aflora-se a questão da crescente ocupação nos estabelecimentos por teias familiares multigeracionais, oriundas muitas vezes de contextos macrogeográficos específicos (os ditos bairros segregados).
Deste modo, autora desmonta