Teste de Seleção Ensino Médio
Colégio Politécnico da UFSM
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Data: ____________________
PROVA DE PORTUGUÊS
Diminutivos
Prova realizada em 30.11.2008
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Sempre pensei que ninguém batia o brasileiro no uso de diminutivo, essa nossa mania de reduzir tudo à mínima dimensão, seja um cafezinho, um cineminha ou uma vidinha. Só o que varia é a inflexão da voz. Se alguém diz, por exemplo, “Ô vidinha”, você sabe que ele está se referindo a uma vida com todas as mordomias.
Nem é uma vida, é um comercial de cigarro longa metragem. Um vidão. Mas se disser “Ah vidinha...” o coitado está se queixando dela, e com toda a razão. Há anos que o seu único divertimento é tirar sapatos e fazer xixi. Mas nos dois casos o diminutivo é usado com o mesmo carinho. O francês tem o seu “tout petit peu”, que não é um diminutivo, é um exagero. Um “pouco todo pequeno” é muita explicação para tão pouco.
Os mexicanos usam o “poco”, o “poquito” e – menos ainda que o “poquito” – o “poquetín”. Mas ninguém bate o brasileiro.
Era o que eu pensava até o dia, na Itália, em que ouvi dizer que alguma coisa duraria um
“mezzoretto”. Não sei se a grafia é essa mesma, mas um povo que consegue, numa palavra, reduzir uma meia hora de tamanho – e você não tem nenhuma dúvida de que um “mezzoretto” dura os mesmos trinta minutos de uma meia hora convencional, mas passa muito mais depressa – é invencível em matéria de diminutivo.
O diminutivo é uma maneira ao mesmo tempo afetuosa e precavida de usar a linguagem.
Afetuosa porque geralmente o usamos para designar o que é agradável, aquelas coisas tão afáveis que se deixam diminuir sem perder o sentido. E precavida porque