Terapia de família
1. Qual a importância das pesquisas iniciais e dos conceitos propostos por Wynne (1958), Lidz (1958), e Laing (1958) para a terapia de família?
Lyman Wynne investigou as implicações da comunicação e dos papéis familiares. Seu diferencial consistiu no foco no pensamento patológico, mais especificamente em sua transmissão entre os membros da família. Ao se impressionar com as qualidades estranhamente irreais das emoções positivas e negativas presentes nas famílias perturbadas e a natureza das fronteiras em volta delas, Wynne desenvolveu os conceitos de pseudomutualidade, pseudo-hostilidade e cercas de borracha. A pseudomutualidade é uma união de fachada que dissimula conflitos e impede a intimidade. A pseudo-hostilidade, por sua vez, sinaliza uma cisão superficial, apesar de parecer mais intensa. Da mesma forma que ocorre na pseudomutualidade, a pseudo-hostilidade ofusca a intimidade e a afeição, bem como a hostilidade mais profunda. Ela também altera a comunicação e atrapalha a percepção realista e o pensamento racional acerca dos relacionamentos. Por fim, a cerca de borracha é uma barreira invisível que se estica para permitir o relacionamento externo obrigatório, mais retorna caso esse relacionamento vá longe demais. Isso leva a um isolamento familiar, o qual protege a rigidez dos papéis familiares. Wynne também atrelou o conceito de desvio de comunicação ao de transtorno do pensamento nos pacientes esquizofrênicos, alegando que a comunicação é o veículo que permite a transmissão de transtornos do pensamento.
Theodore Lidz investigou a dinâmica familiar na esquizofrenia, focando nos papéis familiares rígidos e nos modelos parentais de identificação falhos. Ele colocou em questão a ideia de que a mãe é a figura mais relevante na esquizofrenia, atribuindo tal importância ao pai. A partir disso, Lidz e colegas descreveram cinco padrões de paternagem patológica em famílias de esquizofrênicos, a saber: dominador e autoritário com as esposas;