Teorias
Admitindo-se que somos seres geneticamente sociais e, sobretudo afetivos, dotados de interesses e desejos próprios, o presente estudo focaliza a homogeneização de valores e diferenças sociais imposta pela lógica mercadológica do capitalismo às políticas públicas nacionais, tomadas aqui as que versam especificamente sobre o sistema educativo. E através de uma análise qualitativa de amplitude micro, ou seja, efetuada a partir da prática pedagógica de professores do ensino fundamental, chegou-se à premissa de que parte de nossas escolas não foge à regra, na ocasião que em legitima o ensino intelectualista e pragmático, desconsiderando significativamente o importante papel do conteúdo sócio-afetivo discente enquanto recurso motivacional imprescindível para a construção do conhecimento significativo, cujas implicâncias ao se menosprezá-lo tem se manifestado na crescente apatia discente pela aquisição formal de conhecimento veiculado na escola. À idéia de se utilizar o conteúdo sócio-afetivo como mola propulsora do processo educativo, defendida neste artigo, convergem os postulados de teóricos clássicos como o psicólogo suíço Jean Piaget, o educador e também psicólogo russo Lev Vygotsky e o médico francês Henry Wallon.
Vygotsky, defende a tese de que diferentes culturas produzem modos diversos de funcionamento psicológico, e busca romper com as teses que relativizam o papel que a afetividade detém para a promoção do desenvolvimento psico-social do homem, colocando-a independentemente de especificidades culturais. Para ele, existe a necessidade do reconhecimento de que a afetividade possui um caráter de ação volitiva1, que norteia toda atividade humana.
Este postulado teórico, em que o desenvolvimento cognitivo pressupõe-se uma base afetivo-volitiva, também estará presente nos princípios teóricos de diversos autores, como Henry Wallon e Jean Piaget, em maior ou menor intensidade.
Desta forma, ao longo deste capítulo buscaremos considerar as diferentes