teorias
Esta seção tem por objetivo apresentar a tradição dos Estudos Culturais , especialmente, àqueles que se iniciam no estudo das teorias da comunicação. Assim, é preciso percorrer a trajetória dessa perspectiva teórico-metodológica, das suas origens até a atualidade. Entretanto, é necessário estabelecer, também, um recorte dentro desse vasto empreendimento, diversificado e controverso, dos Estudos Culturais relacionado ao propósito geral da presente coletânea. O enfoque privilegiado, então, tem a mídia como clivagem dentro do amplo espectro compreendido por essa tradição. Contudo, ressalta-se que esta apresentação é apenas introdutória ao tema, embora estejam indicadas inúmeras referências bibliográficas fundamentais que servem tanto para preencher as lacunas deste percurso como para aprofundar o conhecimento sobre os Estudos Culturais.
1. Uma narrativa sobre a formação dos Estudos Culturais
O relato que segue compõe a narrativa dominante sobre as origens dos Estudos Culturais britânicos, embora não desconheça sua atual problematização. O campo dos Estudos Culturais surge, de forma organizada, através do Centre for Contemporary Cultural Studies (CCCS), diante da alteração dos valores tradicionais da classe operária da Inglaterra do pós-guerra. Inspirado na sua pesquisa, The Uses of Literacy (1957), Richard Hoggart funda em 1964 o Centro. Ele surge ligado ao English Department da Universidade de Birmingham, constituindo-se num centro de pesquisa de pós-graduação da mesma instituição. As relações entre a cultura contemporânea e a sociedade, isto é, suas formas culturais, instituições e práticas culturais, assim como suas relações com a sociedade e as mudanças sociais, vão compor o eixo principal de observação do CCCS.
Três textos que surgiram nos final dos anos 50, são identificados como as fontes dos Estudos Culturais: Richard Hoggart com The Uses of Literacy (1957), Raymond Williams com Culture and Society (1958) e E. P.