Teorias administrativas
Entenda como a crise de 2008 influenciou a vida dos brasileiros
Três anos após quebra do Lehman, especialistas explicam reflexos no país.
Redução do IPI para carros e altas e baixas do dólar são exemplos.
Gabriela Gasparin Do G1, em São Paulo imprimir Em outubro de 2009, a designer Renata Reis, de 30 anos, antecipou em cerca de dois meses a aquisição de um carro novo. Em março de 2010, o bancário Maurício Madureira Ruiz, de 28, também adiantou a compra de um automóvel 0 km, o que só faria no final do ano. O estímulo que fez ambos "correrem" às concessionárias foi o mesmo do de milhões de outros brasileiros, que entre o final de 2008 e o começo de 2010 foram beneficiados pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na venda de automóveis.
A designer Renata Reis aproveitou a redução do IPI para antecipar a compra de um carro novo em 2009 (Foto: Raul Zito/G1)
A redução do IPI para automóveis, eletrodomésticos e materiais de construção está entre os incentivos ao consumo criados pelo governo brasileiro após o início da crise econômica internacional iniciada em 2008, originada no setor hipotecário dos Estados Unidos, que acabou tendo como marco a quebra do banco Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008 – há exatos três anos.
De lá para cá, uma série de movimentos internacionais continuam influenciando a vida da família brasileira, como a variação do dólar, a falta de dinheiro disponível para empréstimo nos bancos, a inflação, a baixa e alta dos juros, a retração da economia em 2009 e o alto crescimento do país em 2010.
Para Ruiz, redução do IPI rendeu R$ 2,5 mil de desconto (Foto: Arquivo Pessoal)
Para Ruiz, por exemplo, o desconto no IPI para automóveis foi representativo, uma vez que o valor de um carro novo é alto. “Eu tive 6,5% de desconto (...). Corri para comprar justamente para ter a redução (...). Como o valor de um carro é alto, quando você consegue um desconto, ele é grande,