Teoria e Método
RESUMO
Minha primeira dúvida refere-se a se esta afirmação pode ser sustentada ou não, isto é, se partir da geografia é garantia “de algo” mas além do contorno em si do campo científico acadêmico a que pertencemos. No entanto, sustento que a suposição de um campo teórico próprio, com desenvolvimentos temáticos coerentes, diversas posições em discussão, é o que entendemos por Geografia quando nos propomos abordar teoricamente uma determinada problemática, “perspectiva geográfica’ de análises. Um pouco contundentes demais em relação à magnitude do problema em questões e também ao material justificativo apresentado. Quando me refiro à “teoria geográfica”, estou supondo um acordo sobre o que deveria entender-se por “teoria”, que evidentemente não é isso. O teórico, no discurso de qualquer comunidade cientifica, está historicamente determinado por duas condições básicas: uma epistemológica, que supõe que o critério de cientificidade assumido pela tradição e grupo atuais garante que os discursos enunciados, a outra, contextual, que faz referência às problemáticas reais. O discurso, que é o resultado da ação empreendida pelo grupo (no sentido de interpretar aspectos ou dimensões preferenciais da realidade), torna-se teórico uma vez que explicite os aspectos antes enunciados, a teoria geográfica, consequentemente, é o produto atual de toda tradição de pensamento na história da disciplina. Quero dizer com isso que a Geografia, como disciplina e como saber, tem existência própria, mas que não contando geógrafos com discursos teóricos explícitos desenvolvidos em e para suas práticas, por meio de certas perguntas que problematizam a realidade em um ou outro sentido. Segundo minha perspectiva, a possibilidade de “investigação empírica” supõe a “investigação teórica”, e que ambas têm