Teoria queer
O acervo lexical de uma língua dar-nos certa autonomia na língua falada e escrita, pois este acervo do léxico esta em constante mutabilidade e as mudanças ocorridas não são perceptíveis aos falantes. O sistema léxico de uma língua traduz a experiência cultural acumulada por uma sociedade através do tempo, ou seja, o léxico pode ser considerado como o patrimônio vocabular de uma comunidade lingüística através de sua história, um acervo que é transmitido de uma geração para a geração seguinte.
Em Meu Tio Iauarete(MTI), escrito por Guimaraes Rosa e inserido em uma obra postuma Estas Estórias, podemos observar as diferenças existentes nos falares do sertanejo, pois o autor apropria-se das unidades lexicais impregnando-se de conceitos (emergentes da cultura em que se inserem) por meio dos quais o redator tenta estimular a imaginação do leitor.
Segundo Perini (2005), a obra Meu Tio Iauarete apresenta a maior ruptura do autor como a lingua padrão, onde o uso da onomatopeia, do tupi e do neologismo é muito utilizado nesta obra de Guimarães Rosa. Alguns literários vê essa obra como a antecessora de Grande Sertões Veredas.
Guimarães Rosa faz a sua seleção lexical produzindo um desfecho para o conto em que o discurso linear, narrado, é substituído por uma sucessão de formas onomatopaicas que constroem a personagem do onceiro (o protagonista do conto) em uma onça que morre baleada pelo interlocutor-personagem que se apavora ante a oncificação