Teoria linear e não linear
Uma das características do modelo gerativo que o difere do modelo estruturalista é a unidade mínima admitida. No Gerativismo a unidade mínima deixa de ser os segmentos que compõe os fonemas e passa a ser os traços distintivos. Tais traços seriam as propriedades mínimas referentes aos processos articulatório e acústico envolvidos na produção de um som. De acordo com esse ponto de vista, a representação segmental de um som seria, então, na verdade, o equivalente a um conjunto de feixes de traços distintivos referentes a esse som. No modelo de Chomsky e Halle, os traços são distintivos, ou seja, são suficientes para provar contrastes fonológicos, e são binários, podendo ser ausentes (-) ou presentes (+).
Os traços podem ser agrupados, então, em conjuntos que envolvem as propriedades (articulatórias / acústicas) a que se referem. Dessa forma, têm-se traços de classes principais, traços de cavidade, traços de modo de articulação, traços de fonte e traços prosódicos. Para descrição de cada um dos tipos de traços distintivos, consulte a bibliografia indicada em nosso site (é importante lembrar que há divergência de terminologias adotadas entre autores). Um exemplo de traço de cavidade seria o traço: nasal-não nasal. Por traço + nasal entende-se que o som é produzido com abaixamento do véu palatino e por traço – nasal entende-se que o som é produzido com levantamento do véu palatino.
Veja abaixo a representação do segmento [n] através do feixe de traços :
A representação acima é a denominada completa ou redundante. Essa denominação varia de acordo com a representação adotada, pois no modelo Gerativo as representações são baseadas em dois tipos de matrizes de traços: as matrizes fonéticas e as matrizes fonológicas. As matrizes de traços seria, assim como a tabela fonética é para o modelo Estruturalista, um dispositivo que facilita as transcrições. Dessa forma a matriz fonética agrupa todos os traços distintivos existentes na