Teoria dos erros
As grandezas físicas são determinadas experimentalmente por medidas ou combinações de medidas. Essas medidas tem uma incerteza inerente que advém das características dos equipamentos utilizados na sua determinação e também do operador. Assim, a experiência mostra que, sendo uma medida repetida várias vezes com o mesmo cuidado e procedimento pelo mesmo operador ou por vários operadores, os resultados obtidos não são, em geral, idênticos. A maneira de se obter e manipular os dados experimentais, com a finalidade de conseguir estimar com a maior precisão possível o valor da grandeza medida e o seu erro, exige um tratamento adequado que é o objetivo da chamada “Teoria dos Erros”, e que será abordada neste trabalho na sua forma mais simples e demonstrativa.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A palavra incerteza, como usada nesse guia, significa dúvida. Expressa a dúvida na validade do resultado de uma medição. Em geral, a incerteza consiste de vários componentes que podem ser agrupados em duas categorias gerais:
a) os que podem ser avaliados com auxílio de métodos estatísticos;
b) os que necessitam de outros meios.
Esse trabalho tratará basicamente dos componentes que podem ser estimados por métodos estatísticos. O valor de uma grandeza submetida a medição costuma ser adquirido através de um procedimento que, em geral, envolve algum(s) instrumento(s) de medição. O próprio processo de medição, assim como o instrumento utilizado, tem limites de precisão e exatidão, ou seja, toda medição realizada tem uma incerteza associada que procura expressar a nossa ignorância (no bom sentido) do valor medido. A seleção do processo de medição, do instrumento usado e a reprodutibilidade da grandeza medida têm que ser expressas de alguma forma. Em alguns aparelhos, por exemplo, a incerteza do instrumento já vem marcada no painel ou no manual, caso contrário, a metade da menor divisão da escala é um bom começo. Note que nada sabemos ainda