teoria da sintese
Ao falarmos sobre a “invenção do letramento”, podemos ressaltar que foi em meados dos anos 1980 que se deu, simultaneamente, a invenção do letramento no Brasil, para nomear fenômenos distintos daquele denominado “alfabetização”. Estudiosos afirmam que são muitos os fatores que interferem na aprendizagem da língua escrita, porém estudos recentes incluem entre estes fatores, o nível de letramento. Antigamente, acreditava-se que o aluno era iniciado no mundo da leitura somente ao ser alfabetizado, pensamento este ultrapassado pela concepção de letramento, que leva em conta toda a experiência com leitura que a criança tem, antes mesmo de ser capaz de ler os signos escritos.
Também neste caso as discussões, relatórios e publicações não apontam relações entre as dificuldades no uso da língua escrita e a aprendizagem inicial do sistema de escrita. No Brasil, a discussão do letramento surge sempre enraizada no conceito de alfabetização, o que tem levado, apesar da diferenciação sempre proposta na produção acadêmica, a uma inadequada e inconveniente fusão dos dois processos, com prevalência do conceito de letramento, o que tem conduzido a um certo apagamento da alfabetização que, talvez com algum exagero, se denomine desinvenção da alfabetização.
É importante afirmar que o Letramento é igual ao estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita.
A respeito da “desinvenção da alfabetização”, pode se dizer que o neologismo desinvenção pretende nomear a progressiva perda de especificidade do processo de alfabetização que parece vir ocorrendo na escola brasileira ao longo das duas últimas décadas. Certamente essa perda é fator explicativo do atual fracasso na aprendizagem e, portanto, também no ensino da língua escrita nas escolas brasileiras, fracasso hoje tão reiterada e amplamente denunciado.
Sem negar a incontestável contribuição que essa