Teoria da renda
O próprio David Ricardo não considerava esse princípio como sua criação, e externou isso no início de Ensaio e no prefácio dos Princípios. Ele afirmava que sua teoria de renda pouco diferia da teoria anteriormente exposta por Thomas Malthus, no Inquiry. Mas o importante é que Ricardo trouxe uma visão inovadora da teoria da renda da terra, e apresentou alternativas que quebraram o pessimismo de Malthus.
A aplicação conjunta de trabalho, maquinaria e capital no processo produtivo gera um produto. Ricardo defendia que a função da política econômica era se ocupar da distribuição entre salários, lucros e renda fundiária. É aí que se insere a Teoria da Renda, e seu principal desafio seria determinar as leis que regem essa repartição.
O teórico elaborou a Teoria da Renda Ricardiana a partir de três idéias pré-existentes: teoria do monopólio, produtividade e a teoria dos rendimentos decrescentes. Tomando a Teoria da População de Malthus, que acreditava que o aumento populacional iria ultrapassar a capacidade produtiva da terra, Ricardo chegou à seguinte conclusão: O aumento da população requer uma maior demanda de alimentos. Para suprir essa demanda, é necessário expandir a agricultura para terras menos férteis. Essas terras têm um custo de produção mais alto. Estes altos custos refletem nos preços dos alimentos. Sendo assim, o salário dos trabalhadores deve aumentar. Isso gera menos lucros aos empresários de terras menos férteis. Enquanto isso, os proprietários das melhores terras vendem seu produto a um preço superior ao seu custo, gerando uma renda diferencial.
Diante disso, surgiu a partir de David Ricardo a idéia de livre comércio. Isso não beneficiaria os proprietários fundiários, que teriam seus rendimentos reduzidos. A Teoria da Renda Ricardiana permanece até hoje praticamente inalterada e fortemente integrada à teoria econômica