Teoria da Iluminação Divina
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Teoria da Iluminação Divina - Santo Agostinho Em princípio, Agostinho havia se integrado à seita Maniqueísta, uma doutrina persa que pregava a existência de dois polos equivalentes e em permanente luta no universo: o Bem e o Mal. Segundo esse modo de pensar, além de existirem, isto é, possuírem realidades concretas, esses elementos têm o mesmo valor ou a mesma força. Assim, os cristãos representavam os adeptos do Bem e os pagãos e bárbaros, os do Mal. No entanto, foi no neoplatonismo que Agostinho percebeu a existência das coisas incorpóreas, reorientando sua busca em um sentido transcendente. Segundo interpretações de Platão, o Mal não existe enquanto entidade, só o Bem como ideia ontológica por excelência. O Mal não é uma realidade, é um juízo e uma ação errôneos por ignorância. A partir daí, Agostinho verificou que todas as coisas são boas, porque são obras de Deus e que o Mal é culpa da forma como utilizamos o livre arbítrio. Mas verificou também que todos buscam a felicidade e o Bem. Eis, então, o problema: como reconhecer o Bem e a felicidade? Agostinho constatou, pois, que a felicidade somente se encontra em Deus, o Bem Supremo, e que nós temos esse conhecimento em nosso íntimo, de forma confusa. Desse modo, Agostinho estabelece uma ordem de perfeição, uma graduação ou distinção dos seres para alcançar esse conhecimento que nos levaria a uma vida beata. O corpo é mortal e a alma é seu princípio de vida. Esta distinção vai dos seres inanimados e passa pelos vegetais, animais até o homem. Mas não termina aqui. Acima da razão (do homem) ainda há verdades que não dependem da subjetividade, pois suas leis são universais e necessárias: as matemáticas, a estética e a moral. Só acima destas está Deus, que as cria, ordena e possibilita o seu conhecimento, que deve, agora, ser buscado na interioridade