Teoria da iluminação divina
A Teoria da Iluminação Divina
Não satisfeito com a influência platônica em seu pensamento, Agostinho afasta-se, porém, de Platão ao entender a percepção da alma não como descoberta de uma reminiscência de um conteúdo passado, mas como irradiação divina no presente. A alma não passaria por uma existência anterior, ao contrário, existiria uma luz eterna da razão que procede de Deus e atuaria a todo momento, possibilitando o conhecimento das verdades eternas. Assim como os objetos exteriores só podem ser vistos quando iluminados pela luz do sol, também as verdades da sabedoria precisariam ser iluminadas pela luz divina para se tornarem inteligíveis. Assim, sobre a encarnação, Agostinho dá a mesma ênfase ao humano e ao divino. A salvação, totalmente imerecida, vem pela graça de Deus; mas essa graça está vinculada à Igreja católica visível, cujos sacramentos são obra de Deus e não depende do caráter dos que os administram. Os sacramentos são necessários à salvação e, por eles, entende todos os sinais de coisas sagradas, incluindo o exorcismo e o sal dados aos catecúmenos, embora o batismo e a eucaristia sejam, para ele, sacramentos por excelência. A teoria agostiniana estabelece, assim, que todo conhecimento verdadeiro é o resultado de uma iluminação divina, que possibilita ao homem contemplar as ideias, arquétipos eternos de toda realidade.