Teoria da administração
Desde que Schumpeter (1982) formalizou a noção, vem crescendo a importância a concorrência via inovação em produtos e processos. No setor de cosméticos não é diferente. O presente artigo apresenta os primeiros resultados de pesquisa recente realizada no setor. Trata-se de um estudo de caso focado na empresa líder de mercado: a Natura - Indústria e Comércio de Cosméticos Natura.
A Natura é a maior empresa do seu ramo no Brasil e América do Sul. A empresa tem filiais no Chile,
Peru, Argentina e Paraguai, estando em fase final o surgimento da filial do México.
A empresa fatura cerca de U$ 1 bilhão por ano, conta com pouco menos de 3000 colaboradores e comercializa seus produtos através da venda direta ao consumidor. A venda direta é um elemento central e parte da definição do negócio da empresa. A extensa rede de vendas compõe-se de cerca de 250000 consultoras da Natura. Para atendê-la a empresa conta com uma central de atendimento telefônico – o Centro de Atendimento Natura – que processa algo na ordem de 2000 pedidos por dia.
O negócio também se define por sua posição na cadeia de produção (Porter, 1989) . A Natura não produz princípios ativos. Ela mistura, coloca em vetores adequados, envasa e comercializa cosméticos. Não é, portanto, uma empresa que faz síntese química. A empresa recorre a casas de perfumaria, designers de embalagens e fabricantes de vetores para fornecer tecnologias fundamentais em seus produtos. Na cadeia de produção, a empresa ocupa um lugar muito próximo do cliente final representada pela etapa de mistura e comercialização de cosméticos. Pode-se dizer que a empresa é uma misturadora.
A Natura é o maior centro de pesquisa e desenvolvimento de cosméticos do Brasil. Um intercâmbio sistemático com outros centros de excelência em todo o mundo mantém os seus pesquisadores em contato permanente com os principais avanços nas áreas farmacêutica, química e bioquímica. Em 1996, 40% do faturamento foi obtido com produtos que não