teoria centrada na pessoa
Entender o que uma pessoa sente é duvidar dela
Sentir o que uma pessoa sente é ser ela
Ser outra pessoa é de grande utilidade metafísica
Deus é toda gente
Fernando Pessoa
Como não se apaixonar pela Terapia Centrada no Cliente e por Carl Rogers? Não é por nada que este veio a se tornar num dos principais nomes da psicologia. Rogers tem o poder de nos encantar e isso talvez se explique por sua cadência tão humana, por conseguirmos enxergar, e principalmente sentir, o homem por trás da teoria, indo de encontro com aquilo que ele propôs e defendeu ao longo de sua trajetória: a valorização do ser total, organísmico, intelectual e emotivo.
A perspectiva da terapia centrada no cliente alargou-se de tal forma que saiu do campo exclusivamente terapêutico e adentrou muitos outros domínios, dentre eles, principalmente o da educação, onde a partir da década de 80 sua influência se fez mais aguda. Conhecida como Pedagogia Não-diretiva, suscitou uma legião de seguidores, bem como de detratores, pois sua aplicabilidade suscita dificuldades e é apontada como uma proposta utópica e ingênua. Não sem razão, pois o nível de maturidade e desenvolvimento moral necessário para a compreensão e vivência de uma pedagogia não diretiva ainda é distante da realidade, e a necessária sutileza, muitas vezes não encontrada, que distingue o facilitar do deixar fazer á vontade, torna as salas de aula, baseadas nesta proposta, um caos.
A máxima Rogeriana de que “nada do que é humano me é alheio” é o que permite que suas idéias encontrem ressonância em todos os campos de atividade humana. Para Rogers todo indivíduo tem o destino de Tornar-se Pessoa. E o que é tornar-se Pessoa? Tornar-se Pessoa implica um processo contínuo e fluído de Devir. É ser movimento e dinamismo, é constantemente vir a ser aquilo que está no nosso íntimo manifestar. Tornar-se, na verdade, implica nunca ser, mas ir sendo. Ser pessoa é nos tornar a vir a