Abordagem centrada na pessoa
Desenvolvimento
A denominação Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) foi proposta por Rogers na década de 1970, passando, desde então, a ser utilizada. Designa as contribuições teóricas e metodológicas ao campo da psicologia e das ciências afins, originadas e identificadas com a linha de pensamento e as propostas de atuação desenvolvidas por ele, seus colaboradores e seguidores ao longo de mais de cinco décadas de trabalho, pesquisa e elaboração. Essa designação substitui com vantagens de maior adequação a proposta teórica característica e de maior abrangência inclusiva dos campos de aplicação, as anteriores denominações identificadoras do pensamento rogeriano, tais como orientação não diretiva e terapia centrada no cliente. Essas, entretanto, são ainda largamente empregadas. Como escola de psicologia teórica e aplicada, a ACP é marcada por um desenvolvimento dinâmico, flexível e não dogmático, com constantes reformulações conceituais e ampliações do campo de interesses e de atuação. Por outro lado, tem mantido consistente coerência em torno de alguns princípios fundamentais e propostas características, mormente a crença na predominância, na natureza humana, de potenciais positivos e processualmente orientados para o crescimento e a auto-realização, assim como a ênfase no estudo e exercício das condições relacionais que favorecem a plena expressão e desenvolvimento desse potencial intrínseco. A terapia centrada no cliente, que não possui métodos e técnicas instantâneas, que se apoiam na evocação das forças do cliente, que flui de acordo com o tempo do cliente, parece bastante ingênua e ineficiente. Ela não se adapta a uma cultura do tipo padronizado. Neste capítulo, espero ajudar a compreender a teoria centrada no cliente. Quero “mostrar” a experiência que é a teoria centrada no cliente. Tentarei descrever algumas de minhas lutas para chegar às conclusões especulativas que compõem a presente teoria. Espero que o