Teologia (artigo outrem)
O desenvolvimento da teologia pentecostal
Posted: 21 Dec 2014 07:28 AM PST
Por Gutierres Fernandes Siqueira
[Observação: este texto faz parte de um artigo acadêmico maior com o título “O pentecostalismo contribuiu teologicamente com o cristianismo?” que será publicado na próxima edição da “Azusa Revista de Estudos Pentecostais” da Faculdade Refidim de Joinville – SC.]
A teologia pentecostal não é propriamente uma teologia, ou seja, não pretende construir uma nova cosmovisão sobre e da cristandade. Ela é, na sua modesta contribuição, apenas e tão somente pneumatologia. E isso não é pouco, especialmente levando em conta a ignorância sobre a pessoa e obra do Espírito Santo no ser humano como indivíduo e como comunidade constituída a partir da Igreja. A teologia pentecostal é, portanto, uma leitura de como, por exemplo, a pneumatologia influencia a forma como a eclesiologia pode ser formada. Não é uma nova eclesiologia, uma nova missiologia ou uma nova hermenêutica, mas apenas como entender as implicações de ter o Espírito Santo presente no mundo como o verdadeiro e único vicário (substituto) de Cristo. O fato de Cristo viver entre os discípulos como homem trouxe sérias implicações para eles e para a Igreja primitiva e o mesmo acontece na Era Cristã com a presença constante (e discreta) do Santo Espírito. A teologia pentecostal, portanto, pretende responder a isso: como a presença constante, iluminadora e renovadora do Espírito Santo como substituto de Cristo na terra influencia diretamente a maneira cristã de viver, pensar e agir.
A fonte primeira, decisiva e essencial de qualquer teologia é a Revelação Escrita. “Fazer teologia é ver finalmente tudo à ‘luz da Palavra’”, como escreve Clodovis Boff [1]. E como não poderia ser diferente para uma teologia baseada nas Escrituras, a pneumatologia da teologia pentecostal depende fortemente de uma complexa estrutura hermenêutica onde o papel de Lucas, o médico historiador, é essencial