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A cena é mais comum do que possa parecer. A loja oferece uma promoção de um produto qualquer a R$ 9,90. O consumidor aproveita a oportunidade e adquire o produto. Ao chegar ao caixa, paga a mercadoria com uma nota de 10 Reais. O caixa não tem troco. A operadora de caixa, com uma calma e tranqüilidade de quem já decorou a frase, dispara a pergunta já formulada milhares de vezes: "Posso ficar devendo 10 centavos?". O consumidor com a mesma calma e tranqüilidade de quem já recebeu essa proposta, também, inúmeras vezes se conforma e, invariavelmente, aceita que a poderosa loja de departamentos fique lhe devendo dez centavos. Imaginemos, no entanto, uma outra cena: O produto custa R$ 10,10 e na hora de pagar o consumidor entrega uma nota de dez ao caixa e pergunta a mesma coisa: "Posso ficar devendo 10 centavos?". Com certeza, a resposta vai ser não. Isso se o consumidor fizer a pergunta, porque na maioria dos casos, se uma pessoa não tem dinheiro suficiente para efetuar uma compra, nem pensa em adquirir o produto e propor ao varejista a dívida do dinheiro que falta. Por que então o varejista se propõe a isso? Por que não arredondar o preço do produto? Existem diversas razões: a) Poucas pessoas pagam com dinheiro e a maioria das vendas é feita com cheques, cartões da própria loja ou cartões de débito e crédito. b) Dez Reais podem ser matematicamente 10 centavos a mais do que 9,90, mas na cabeça do consumidor, "9 Reais e alguma coisa" é quase um real a menos de economia (que na verdade se perde quando o caixa não devolve o troco: neste caso, 9,90 é igual a 10...) c) "Ficar devendo 10 centavos" é uma atitude do caixa. Normalmente um profissional que opera com milhares de Reais por dia. Neste caso o que são 10 centavos?...
d) O Varejista, em si muitas vezes não fica sabendo dos incidentes no caixa. Quando não há troco, o operador de caixa para evitar problemas abre a sua própria carteira e entrega o troco ao consumidor do seu próprio