Tendências demográficas e econômicas e o mercado de capitais
Assim países com alto grau de desenvolvimento econômico e social tendem a ter mercados de capitais profundos, medidos pela razão entre a capitalização do mercado de ações e de renda fixa e o PIB.
No Brasil, apesar das turbulências dos mercados internacionais e doméstico dos últimos 10 anos, o mercado de capitais brasileiro viu um crescimento vigoroso. O tamanho do mercado, em moeda constante de 2012, subiu de R$ 2 bilhões em 2003 para R$ 5,2 bilhões em 2012, duplicando de tamanho em relação ao PIB, passando de 63% do PIB em 2003 para 119% do PIB em 2013. Este é, assim, um momento bastante propício para que a Comissão de Valores Mobiliários faça uma avaliação do atual estágio de nosso mercado e de suas perspectivas para os próximos 10 anos no contexto de um planejamento estratégico para a Autarquia. Ao longo deste trabalho, estimamos o crescimento dos diversos segmentos do mercado de capitais e chegamos a uma cifra de 166% do PIB em 2023.
Ao longo deste trabalho, a CVM analisa o comportamento do mercado de 2003 a 2012 e projeta os seus diferentes segmentos para 2023, à luz das transformações demográficas e sociais do Brasil, e da demanda e oferta de recursos para investimentos. O crescimento e a maior representatividade da população em idade produtiva, o aumento da expectativa de vida e a ampliação das classes sociais de renda mais alta destacamse como as principais tendências sociais que terão reflexos sobre a taxa e o perfil da poupança brasileira.
Estes fatores sociais, em conjunto com a redução da taxa de juros real brasileira, a estabilidade macroeconômica e o aumento da demanda por crédito de longo prazo estão favorecendo o aparecimento de novos produtos em nosso mercado. Há dez anos atrás, o mercado de capitais brasileiro era marcado pelas ações,