Arquitetura
Paulo de Martino Jannuzzi APRESENTAÇÃO Para uma região que, em 1950, apresentava uma população de 2,6 milhões e que, em 2000, já havia passado dos 17 milhões não parece impossível, pelo menos aos olhos de um leigo, que a capital paulistana e seus municípios metropolitanos vizinhos venham a concentrar, nos próximos 50 anos, um contingente do tamanho da maior aglomeração metropolitana hoje existente, como a de Tóquio, com seus 26,4 milhões de habitantes. De fato, é possível que a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) ultrapasse a de Tóquio em algum momento do futuro já que, pelas projeções das Nações Unidas, o Japão deverá ter, em 2050, pelo menos 10 milhões de pessoas a menos que em 2000. Mas parece improvável que a metrópole paulista acompanhe o ritmo previsto para Lagos na Nigéria, Jacarta na Indonésia, Dhaka em Bangladesh, Karachi no Paquistão ou Bombaim, Nova Deli e Calcutá na Índia, que continuarão crescendo a taxas elevadas nas primeiras décadas deste século e se tornarão as aglomerações urbanas mais populosas do século XXI, desbancando, além de Tóquio, a Cidade do México e Nova Iorque da posição que detiveram por muitas décadas.
Os argumentos que parecem atestar essa performance mais modesta para o futuro da RMSP estão vinculados à dinâmica populacional do seu núcleo central, o município de São Paulo. Afinal, as tendências de crescimento populacional dos últimos 20 anos sugerem que a capital caminha, nas próximas décadas, para a estabilização do seu contingente de residentes, tal como observado em grandes centros urbanos nos EUA, na Europa e na América Latina. E, ainda que a população do conjunto dos municípios periféricos continue a crescer mais rapidamente, ultrapassando a da capital até 2020, o teto para a RMSP parece já definido: mesmo em um cenário em que a RMSP mantivesse sua parcela de 10% da população brasileira nas próximas décadas – cifra observada nos últimos 20 anos, mas com