Tempos modernos com revoluçao industrial
Em outros livros que a dúvida é o princípio da sabedoria na filosofia. Diariamente, no silêncio de nossa mente, deveríamos duvidar de tudo que nos controla. Deveríamos gritar sem soltar a voz. Deveríamos protestar questionar, arguir, inquirir e até se rebelar contra todos os estímulos de fora ou de dentro que nos aprisionam, imprimem dor desnecessária e gera instabilidade, desânimo, insegurança, insatisfação crônica. É inacreditável como nos tornamos uma casta de pessoas passivas, submissas, frágeis, dentro de nós mesmos. Quase todas as ditaduras foram derrubadas com revoluções, ainda que fosse a revolução das ideias, sem derramar uma gota de sangue. Do mesmo modo a ditadura dos pensamentos mórbidos, do humor depressivo, não se resolve sem a revolução. A aversão não é um argumento; e as repugnâncias de ontem são hoje aceites com serenidade — embora, deva acrescentar-se, nem sempre com os melhores resultados. Em casos cruciais, a repugnância é a expressão emocional de uma profunda sabedoria, que está para lá de razões completamente articuladas. Pode alguém fornecer um argumento totalmente adequado para o horror do incesto entre pai e filha (mesmo com consentimento), ou para o sexo com animais, ou para a mutilação de cadáveres, ou para o canibalismo, ou para a violação ou o assassínio de uma pessoa? Será que o facto de alguém não ser capaz de apresentar uma justificação racional para a sua aversão a estas práticas, torna tal aversão eticamente suspeita? De modo nenhum. Pelo contrário, desconfiamos dos que pensam poder racionalizar o nosso horror, digamos, ao tentar explicar a enormidade do incesto com argumentos fundados apenas na questão dos riscos genéticos da ocorrência de