Tempo e História

909 palavras 4 páginas
Neste capítulo estudaremos o mito egípcio da pesagem das almas, que é muito importante para entender a concepção egípcia da morte e seus ritos funerários, que incluem a mumificação dos cadáveres e a construção das pirâmides. Inicialmente esses ritos eram exclusivos do faraó e da sua família, mas a partir do período do Reino Novo, há uma “democratização” e eles passam a ser acessíveis também às famílias de comerciantes e escribas ricos.
A pesagem das almas
Após a morte, um tribunal presidido por Osíris (deus do reino dos mortos) julga as boas e as más ações do morto, para saber se seu ka merece ou não obter a imortalidade. O ka é o duplo espiritual que nasce junto com o corpo da pessoa. Para que o ka possa aceder ao mundo dos mortos, é preciso que seu corpo terrestre esteja íntegro. Isso é o que justifica o embalsamamento dos cadáveres no ritual fúnebre egípcio. Mas o embalsamamento é uma primeira etapa no caminho da imortalidade. Após seu corpo ter sido embalsamado, o ka do morto é conduzido por Anúbis
(deus ligado à proteção dos mortos, representado com cara de chacal e corpo humano) à sala do julgamento. O coração do morto é pesado numa balança. Do outro lado da balança, como contrapeso, é posta uma pluma, símbolo de Maât (a ordem divina, a deusa da justiça). Em seguida, o morto faz a chamada “confissão negativa”, recitando todas as faltas que ele não cometeu em vida. Se os dois lados da balança se equilibrarem, o morto poderá aceder ao reino dos mortos e obter a paz. Mas se seu coração era mais pesado que Maât, então o demônio Babai (a “devoradora de mortos”, representada com cabeça de crocodilo, juba de leão, patas posteriores de hipopótamo e anteriores de hiena) devora seu ka. O resultado do julgamento é transcrito por Thot (o deus dos escribas) num papiro para justificar a justiça divina e servir de exemplo aos vivos.
Em seguida, apresentamos a “confissão negativa” do Livro dos Mortos egípcio. Através das faltas que o morto diz

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