Tempo Perdido - Legião
Muito foi estudado sobre a música. E descobrimos que a música foi, na verdade, feita na época da ditadura, para que fechássemos os olhos para o que aconteceu e procurássemos viver mais. Outro sentido que a música tem também, é a dedicação à um ex-integrante da banda, cujo a mulher dele estava grávida, e era uma gravidez de alto-risco. Logo no começo, os médicos sugeriram um aborto, pois era grande o risco de morte do bebê, ou da mãe, ou de ambos.
Eles resolveram assumir o risco. No parto a mãe morreu, e o filho, um menino, sobreviveu. A música narra a história do começo ao fim. Desde a gravidez, o anuncio do risco, a morte da mãe, e a continuidade da vida de pai e filho – “Somos tão Jovens“.
“O que foi prometido, ninguem prometeu” – Havia risco na gravidez, podia dar certo, mas ninguem prometeu ou sabia o que aconteceria.
“O que foi escondido, é o que se escondeu” – Eles não se permitiram pensar no pior, em nenhum momento, escondendo de si mesmo, o medo do erro. Que acabou acontecendo!
Por outro lado, do lado da ditadura, a música pode ter outra interpretação.
“Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo…”
Esta primeira estrofe da letra demonstra a angústia do Autor sobre o tempo, ao transmitir ao leitor, a sensação de improdutividade do tempo já ocorrido. Entretanto, o autor procura afastar este sentimento, com uma alusão de uma vida longa que há por vir, talvez com dias melhores.
“Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder…”
A segunda estrofe repete a idéia da primeira, quando ressurge a idéia de um dia ruim e mal aproveitado que deve ser esquecido. Contudo, o Autor entra em contradição com a primeira estrofe, em relação questão da disponibilidade do tempo. Talvez, por ter já envelhecido ou percebido a necessidade de alguma mudança.
“Nosso suor sagrado
É bem mais belo
Que esse sangue