Interpretação: Tempo Perdido
Curioso perceber uma Legião no final dos anos 80, com seus anos na adolescência e juventude, cantando versos de "somos tão jovens", para um cantor que se esgoela e se agita em um palco...
Era assim com todos os shows em que "Tempo Perdido" era tocado, e o público ia à loucura com o hino da Religião Urbana.
Fechando o primeiro lado do segundo álbum da Legião ("Dois"), "Tempo Perdido" é a sexta faixa do álbum, e foi divulgada pela primeira vez em 1986, e até hoje, tantos anos depois, é impossível não homenagear Renato Russo ou a Legião em si, com essa música, de um tempo em que eles eram tão imaturos, e não saberiam o sucesso que acabariam tendo... De um tempo que eram tão críticos e tão jovens...
Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...
Essa música não é muito simbólica ou própria, é claro que é uma letra crítica, mas é bem exposta e bem fácil de ser analisada. É um diálogo entre a primeira pessoa com ela mesma e com uma segunda.
Essa primeira parte, Renato faz uma reflexão literal de tempo perdido. Todos os dias, quando acordamos, não temos mais o tempo que passou, porque todos os segundos da noite anterior, ficaram num marco do passado, mas mesmo assim, não tendo como ter o tempo que passou, tem o tempo todo do mundo. Interessante pensar no tempo que Renato descreve através de "dormir". Dormir, é deixar de estar conectado no mundo, onde o tempo passa e você não sente diretamente... dormir poderia ser substituido à cada piscar dos nossos olhos, ou a cada mudança de ponteiro no relógio ou em cada décimo de segundos.
Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder...
Aqui, a Reflexão não está formatada em crer que o tempo passou, e que ele passará, mas na evolução como ser humano enquanto o tempo passa...
Todos os dias, antes de dormir, lembrar o que é relevante e importante de