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Proust e os signos
GILLES DELEUZE
2.ed
Forense Universitária – RJ 2003
ABREVIAÇÕES DAS OBRAS DE PROUST UTILIZADAS NAS NOTAS
CS - No Caminho de Swann — Em busca do tempo perdido. 17ª ed. Tradução de Mário Quintana, revista por Maria Lúcia Machado. São Paulo: Globo, 1995.
RF - À Sombra das raparigas em flor — Em busca do tempo perdido. Tradução de Mário Quintana. São Paulo: Abril Cultural, 1984.
CG - O Caminho de Guermantes — Em busca do tempo perdido. 9ª ed. Tradução de Mário Quintana, revista por Olgária Matos. Rio de Janeiro: Globo, 1989.
SG - Sodoma e Gomorra — Em busca do tempo perdido. Tradução de Mário Quintana. Rio de Janeiro: Globo, 1954.
P - A Prisioneira — Em busca do tempo perdido. 13ª ed. Tradução de Manuel Bandeira e Lourdes Sousa de Alencar, revista por Olgária Matos. São Paulo: Globo, 2002.
F - A Fugitiva — Em busca do tempo perdido. 9ª ed. Tradução de Carlos Drummond de Andrade, revista por Olgária Matos. São Paulo: Globo, 1992.
TR - O Tempo Redescoberto — Em busca do tempo perdido. 14ª ed. Tradução de Lúcia Miguel Pereira, revista por Olgária Matos. São Paulo: Globo, 2001.
Capítulo I
Os Tipos de Signos
Em que consiste a unidade de A la recherche du temps perdu? Sabemos ao menos que ela não consiste na memória, nem tampouco na lembrança, ainda que involuntária. O essencial da Recherche não está na madeleine nem no calçamento. Por um lado, a Recherche, a busca, não é simplesmente um esforço de recordação, uma exploração da memória: a palavra deve ser tomada em sentido preciso, como na expressão "busca da verdade". Por outro lado, o tempo perdido não é simplesmente o tempo passado; é também o tempo que se perde, como na expressão "perder tempo". É certo que a memória intervém como um meio da busca, mas não é o meio mais profundo; e o