temas da Psicanalise
Trabalha-se com a hipótese de que o trauma provoca uma invasão de real que pode ser contida pelo FPS que, ao fazê-lo, torna-se ele mesmo um ponto de condensação de gozo. Para isso, elabora-se o corpo e o adoecer a partir da Psicanálise. Faz-se, em seguida, uma breve revisão da teoria do trauma dentro das teorias freudiana e lacaniana, marcando sua importância para a ocorrência da lesão. Na seqüência, aborda-se o FPS na vertente do significante e do gozo. Por fim, considera-se a hipótese de o FPS ser um remendo no furo causado pelo trauma na tela da fantasia ou no delírio.
Palavras-chave: Psicanálise, trauma, Fenômeno Psicossomático (FPS), fantasia, delírio.
O CORPO E AS DIFERENTES FORMAS DO ADOECER HUMANO
O homem nunca se conformou com a fatalidade da doença; ao contrário, combativo, ele vem buscando meios para enfrentá-la e vencê-la desde o início da civilização — rituais religiosos, magias, ervas terapêuticas, sugestões, xamãs e muitos outros recursos foram e ainda são buscados numa tentativa de escapar de um desfecho às vezes inevitável. Nesse contexto, surge a Medicina que vem, desde Hipócrates, se aperfeiçoando em dar respostas e criar terapêuticas que promovam curas, aliviem dores e adiem a morte, mitigando o sofrimento humano. Contudo, há algo numa forma de adoecer que lhe escapa por extrapolar os limites do organismo, por se relacionar ao sujeito e não a vírus e bactérias, por estar além do discurso cientificista. E é aqui que entra a abordagem psicanalítica.
Ao contrário do que ocorre com a Medicina, em Psicanálise, a abordagem que é feita do sujeito é diferente — na primeira, ele é falado, enquanto que, na segunda, ele é escutado e desnudado no mais íntimo de seu ser; aqui o desejo se esboça para além de uma demanda de tratamento. A Medicina opera, pois, com o saber lógico e formal da ciência, enquanto a psicanálise opera com a escuta do Inconsciente. Saberes diferentes, porém operações que podem se somar.
Se para a Medicina o corpo é