Tedio
Em primeiro lugar, antes de analisarmos o efeito colateral do tédio e suas historias, devemos entender o que este é. Em um nível etimológico, sua origem é do Latim taedium, “cansaço, desprazer”, do verbo taedare, “cansar”. Ligado ao tédio está a Melancolia, que deriva do Latim melancholia e do Grego melankholia, “tristeza”. O que em seu sentido literal significa “bile negra” – Melane que significa “negro” e kholé, “bile”, segundo a fisiopatologia medieval, a tristeza e a depressão eram associadas a um excesso de “bile negra” no organismo. De acordo com o conhecimento vulgar, tédio é um sentimento humano, o qual, este se sente indisposto, em um estado de falta de estimulo em que o tempo parece passar mais lentamente. Já o Dicionário Aurélio o define como Fastio, aborrecimento, nojo, desgosto: o tédio dos longos dias de isolamento.
A partir disto, podemos concluir que para o senso comum, tédio é sentir as horas passando vagarosamente sem conseguir preencher esse tempo. Vulgo, tédio é sentir o tempo passando vagarosamente, sem conseguir preencher esse tempo.
No entanto, apesar de todos esses fatores fazerem parte do conceito Tédio, estes ainda não conceituam o tédio em sua complexidade. Ele não é apenas um sentimento interno, ele é conseqüência das praticas sociais humanas. Sentir tédio era um luxo ao qual era apenas vivenciado pela nobreza, contudo esse “sentimento” se expande a todas as classes sociais com o advento do Romantismo, o qual a visão do “eu” se torna o foco. Isso se deu por conta da Revolução Industrial, onde o homem se torna um ser com desejos insaciáveis.
O homem cada vez mais se torna independente e recluso em sua própria bolha. As tecnologias e as praticidades ao mesmo tempo em que os afastam de seus próprios meios de convívio social, aproxima os de informações a toda hora. Portanto, ironicamente, esses mesmos meios, permitem que essa sociedade conectada se relacione virtualmente com inúmeras pessoas a qualquer momento e em qualquer