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O movimento revolucionário em Pernambuco irrompeu a 6 de março, quando as tropas luso-brasileiras já haviam ocupado Montevidéu (20 de janeiro), com a expulsão dos guerrilheiros de Artigas, enquistados na capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul, nas operações de limpeza em São Borja, Ibicoraí e Carumbé, e subseqüente invasão da Banda Oriental, levando os adversários de vencida em Índia Muerta e Catalán, embora tudo isso significasse o prelúdio de uma guerra que se vai arrastar sem solução definitiva, mesmo depois da criação da Província Cisplatina (31 de julho de 1821).
As causas da revolução pernambucana podem ser definidas como um protesto do Norte contra a hegemonia do Sul. Pernambuco não se acomodará facilmente à condição de "colônia do Estado irmão mais moço", nas palavras de Handelmann, em sua História do Brasil, remetendo obrigatoriamente para a manutenção da corte uma boa parte de suas rendas, o que aliás acontecia com todas as demais capitanias. Os habitantes do Recife - para citar um só exemplo - pagavam um imposto mensal destinado à iluminação pública do Rio de Janeiro. Daí o ciúme de Pernambuco, diante da soma enorme de benefícios que tornariam a região fluminense a mais favorecida de todas, no período joanino, em detrimento das mais distantes, no conjunto inorgânico que era o Brasil daquele tempo.
Em Pernambuco, as aspirações de autonomia reaparecem num período de retração econômica ocasionada pela baixa do preço do açúcar e pela brusca supressão das exportações de algodão, era conseqüência dos acordos com a Grã-Bretanha. As operações no Rio da Prata impunham, além do mais, a cobrança de novos tributos sobre as receitas alfandegárias, a fim de custear as despesas com o corpo expedicionário. A Pernambuco pouco se lhe dava que fosse ou não incorporado o território da Banda Oriental ao império luso-brasileiro. Daí a conspiração que encontrou campo favorável nas antigas diferenças entre reinóis e mazombos.
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