Tecnologia e Sociedade
Para Manuel Castells, as mudanças que o final do século XX vivenciou constituem uma verdadeira revolução. Para ele, a história da vida pode ser tomada como “uma série de situações estáveis, pontuadas em intervalos raros por eventos importantes que ocorrem com grande rapidez e ajudam a estabelecer a próxima era estável” (2003, p. 67). No final do século passado, o que assistimos foi exatamente a isso. “Um intervalo cuja característica é a transformação de nossa ‘cultura material’ pelos mecanismos de um novo paradigma tecnológico que se organiza em torno da tecnologia da informação” (ibid.). Ou seja, estabelece-se uma nova era – que passamos a chamar de sociedade da informação, posteriormente de sociedade do conhecimento e atualmente como sociedade da aprendizagem, já que não pode haver conhecimento sem aprendizagem – e nela a fonte de produtividade encontra-se, portanto, na tecnologia de geração de conhecimentos.
Dentre os novos meios tecnológicos que se nos apresentam, a Internet é, sem dúvida, o mais revolucionário deles. Sua utilização nos permite, por exemplo, organizar, transformar e processar as informações em velocidade e capacidade cada vez maiores e com custos cada vez mais reduzidos. Uma rede de recuperação e distribuição que pode beneficiar tanto aqueles que produzem tais informações quanto aqueles que se utilizam dela.
Sem dúvida, um avanço notável para a diminuição da distância entre a sociedade e os conhecimentos produzidos. Soma-se a isso o fato de as novas tecnologias, de modo geral, terem se difundido rapidamente (entre 1970-90) atingindo todos os tipos de pessoas:
O índice de difusão da Internet em 1999 era tão grande no mundo inteiro que estava claro que o acesso generalizado seria a norma nos países avançados no início do século XXI. Por exemplo, nos EUA, em 1997-8, a diferença racial no acesso à Internet cresceu, mas o acesso à Internet aumentou 48% em um ano nos lares de hispânicos, e 52% nos lares de negros,