Tecnociencia e etica

Tecnociência e Ética Actualmente, somos considerados uma sociedade tecnocientífica: uma sociedade que depende integralmente da tecnologia e também do progresso científico. Tanto a tecnologia como a ciência são temas que estão bastante presentes no nosso quotidiano, quer seja na televisão, na rádio, nos jornais e até na publicidade da qual somos alvos incessantemente. Não é preciso procurar muito à nossa volta para encontrarmos um objecto que resulte do conhecimento científico e tecnológico: uma caneta, um despertador, uma lâmpada, etc., são objectos que, por muito simples que pareçam, são produto de muita ciência. E é por isso que o mundo da tecnociência, hoje em dia, consegue estimular sentimentos ou reacções antagónicas: por um lado, deixam qualquer um deslumbrado; por outro, aterrorizam a humanidade.
Contudo, e em desacordo com a comunidade científica, que se sentiu obrigada a sublinhar a distinção entre a ciência e a tecnologia, o senso comum tende em confundir e fundir estes dois termos. E a urgência desta distinção deveu-se ao impacto das bombas atómicas de Hiroshima e Nagasaki que, desde então, se tornaram num símbolo negativo da invenção humana. E assim se verifica que, se de um ponto de vista as ciências e as tecnologias parecem dar-se muito bem, de outro ponto de vista, estas nunca se fundem.
As ciências são uma verdadeira criação cultural, feitas pelos humanos e para os humanos. A ciência resume-se ao conhecimento certo das coisas, dos seus princípios e causas, adquirido pelo estudo ou pela prática. Proporcionou-nos mandar pessoas à Lua, curar doenças, inventar os automóveis, os aviões, os telemóveis e os computadores, entre muitas outras coisas que foram inovando o nosso dia-a-dia. Toda esta inovação não passa de uma aplicação do conhecimento fornecido pela ciência, visando tornar mais eficaz o desenvolvimento da vida material. Esta aplicação não é mais do que a tecnologia. Esta nada tem a ver com a técnica, uma vez que a técnica não se baseia no