Tecnico
A escola, enquanto agente especializado na transmissão de modos de pensar, agir e sentir, é o objeto de estudo central da sociologia da educação. Embora a sociologia da educação como campo distinto da sociologia seja relativamente recente, as suas raízes encontram-se logo nos primeiros pensadores, nomeadamente em Émile Durkheim. Para este autor, a educação é um processo que deve ser entendido como um contributo para a manutenção da ordem social. Esta perspectiva influenciou fortemente os estudos sobre a educação até aos anos cinqüenta. A abordagem da corrente funcionalista entende a escola como um contributo vital à sobrevivência e perpetuação da sociedade, pois imprime nos indivíduos os valores dominantes nessa sociedade.
Nos anos cinqüenta e sessenta, na Grã-Bretanha, os estudos versaram sobre o papel do sistema educacional na mobilidade social e sobre as diferenças entre classes sociais no sucesso escolar.
Nos anos setenta o interesse da sociologia da educação estendeu-se a estudos de caso acerca dos sistemas sociais nas escolas, preocupando-se com a importância da relação professor/aluno para o sucesso escolar e com o papel das escolas enquanto agentes de reprodução cultural. Foi também a época em que se desenvolveram mais investigações acerca de diferentes estilos de ensino.
Os fatores que intervêm nos resultados escolares também têm sido estudados por este ramo da sociologia. Ter boas ou más notas não depende unicamente da inteligência do indivíduo nem mesmo do seu esforço; as classificações são produto de um processo complexo no qual intervêm outros saberes exigidos pela escola que não os contidos nos currículos: valores, atitudes e princípios que são os da parcela dominante da sociedade. Serão premiados os indivíduos que aceitam e/ou que já trazem da sua socialização primária esses outros saberes ocultamente exigidos. Tem sido estudado outro fator de influência dos resultados escolares: o das expectativas dos professores face