tecnico
O Homem que Virou Suco tem como temática central a situação do migrante nordestino na cidade de São Paulo no final da década de 1970. Apesar de tratar de um assunto recorrente no período em que foi produzido, o longa de João Batista de Andrade chama a atenção pela maneira como aborda o problema. Fugindo dos estereótipos que classificam o nordestino como oprimido passivo, o cineasta busca um olhar diferente, exaltando a possibilidade de resistência, de luta por parte do migrante frente aos mecanismos de opressão existentes na sociedade paulistana. O filme, num primeiro momento, retrata a saga de Deraldo fugitivo, tentando sobreviver na cidade grande. Primeiro, trabalha na construção civil, ganhando muito pouco e recebendo constantes humilhações de seus superiores. Depois, consegue emprego na obra do metrô, onde assiste um audiovisual, preparado pela empresa responsável pela obra, que ridiculariza o estereótipo de nordestino, sua cultura e seu povo. Ainda é colocado em várias situações cotidianas que exprimem as condições de existência e os destinos do migrante na cidade grande. É interessante como que em todas as situações em que se encontra, Deraldo reage violentamente às tentativas de exploração e diluição de sua identidade,