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O maior estudo já feito sobre a esquizofrenia comprova o forte componente genético da doença: um terço de suas causas seriam resultado do efeito acumulativo de 30 mil mutações. O trabalho revelou também que erros numa misteriosa região do DNA humano aumentam de 15% a 25% os riscos de uma pessoa ter esquizofrenia. Tais revelações fazem parte da pesquisa feita por um grupo internacional, que gerou três estudos independentes, publicados na revista “Nature”. A complexidade do problema, dizem os cientistas, torna muito difícil o desenvolvimento de testes de diagnóstico, mas as descobertas abrem caminho para novos tratamentos.
O trabalho mostra que a esquizofrenia não tem uma única causa genética. Segundo os pesquisadores, a doença — que se caracteriza por distúrbios do pensamento, incluindo alucinações e alterações de comportamento — pode ocorrer não apenas por causa de raras variações genéticas, mas também pelo acúmulo de milhares de alterações comuns.
- A esquizofrenia parece um gigantesco e desconcertante quebra-cabeças, do qual encontramos apenas algumas peças — diz Thomas Insel, diretor do National Institute of Mental Health, a maior organização de pesquisa do mundo, especializada em saúde mental, que financiou os estudos. Mesmo assim, os pesquisadores conseguiram identificar alguns genes ligados à essa doença crônica. Os estudos mostraram ainda que o transtorno bipolar tem bases genéticas similares às da esquizofrenia.
Os cientistas analisaram sete regiões de variação genética em 50 mil pessoas, algumas com a doença e outras saudáveis. Eles descobriram que os portadores apresentavam 15% mais variações em três áreas localizadas nos cromossomos 15 e 1. Cinco dessas variações estão presentes num cromossomo que está ligado ao surgimento de doenças como o diabetes do tipo 1 e problemas imunológicos. Alguns cientistas chamam essa região de “Triângulo das Bermudas” do genoma humano.
— Sem dúvida, a localização dessas cinco variações