Teatro elisabetano
Teatro Elisabetano: semelhanças e diferenças com o teatro atualmente
Para compreender melhor o estilo do teatro elisabetano, é preciso ter uma visão maior da sociedade londrina no século XVI. Não é tão diferente assim dos subúrbios cariocas. Com exceção das execuções em público, o que hoje em dia acontece também nas favelas, a sujeira e o esgoto a céu aberto estão presentes em ambos os tempos, assim como o comércio barulhento nas ruas. Os oficiais da coroa inglesa que recebiam além do salário, as gratuities, ou seja, propina, não se diferem muito dos oficiais da polícia brasileira.
O teatro britânico na época ganhou força graças a Elisabeth I, patrocinadora da companhia que Shakespeare passou a trabalhar. O teatro, então chamado de elisabetano, abrigava espectadores de várias origens socioeconômicas, o que significa que cada um tinha o conforto que podia pagar. Resultava em um grande fascinador de todas as classes, sendo assim um "nivelador" social. Às representações compareciam príncipes e camponeses, homens, mulheres e crianças, porque a entrada estava ao alcance de todos, cada qual com preços distintos. Por isso todas as peças deviam satisfazer gostos diversos: os dos soldados que desejavam ver guerras e duelos, das mulheres que procuravam por amor e sentimento, dos advogados que se interessavam pela filosofia moral e pelo direito, e assim com todos. Inclusive a linguagem teatral reflete esta exigência, com registros muito variados e adquirindo grande flexibilidade de expressão.
O interessante é que as peças eram as mesmas, assim, tanto o pobre quanto o rico apreciavam as mesmas coisas, o que não ocorre atualmente. Talvez devido à diversidade do teatro, houve um distanciamento de culturas populares. O que a classe média e alta apreciam, nem sempre é compreendido pela classe baixa.
Hoje, numa sociedade onde o artista passa pela dificuldade de fazer o espetáculo, fica cada vez mais difícil fazer teatro. Há de forma mais geral