Tarefa 2
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JUVENTUDE E POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL* Marília Pontes Sposito Professora da Faculdade de Educação da USP e presidente de Ação Educativa Paulo Carrano Professor da Faculdade de Educação da UFF e coordenador do Observatório Jovem do Rio de Janeiro Traçar um balanço das políticas públicas destinadas aos jovens no Brasil torna-se particularmente oportuno, se levarmos em conta, na atual conjuntura, o novo período político inaugurado com a eleição de Luís Inácio Lula da Silva para a Presidência da República, cuja posse se deu em janeiro de 2003. Além das expectativas de mudança que sua eleição condensou, é preciso voltar o olhar para o que foi feito e considerar que já existiam no governo anterior um conjunto de iniciativas que merecem ser avaliadas para se evitar práticas que reiterem alguns dos desacertos evidentes das orientações anteriores. Mas é preciso considerar que o país também convive com mudanças expressas nas políticas de juventude que nascem de iniciativas municipais diversificadas e poderão confluir para a construção de um novo paradigma em torno da questão. Mais do que nunca, orientações que integrem esses caminhos poderão contribuir para o nascimento de novas percepções em torno dos direitos de juventude. O presente artigo esboça um esforço de compreensão abrangente, de modo a situar, a partir de uma concepção democrática de realização da política e de uma clara defesa dos jovens como sujeitos de direitos, os caminhos percorridos nos últimos dez anos das iniciativas focalizadas nos segmentos juvenis da sociedade brasileira. Para tanto, a partir de algumas considerações em torno do tema – Juventude e políticas públicas – examina tanto as ações federais observadas no período 1995-2002 como traça alguns dos caminhos percorridos no âmbito dos municípios em direção à constituição dessas políticas. 1. Aproximações em torno do tema Embora recente, observa-se na sociedade brasileira um consenso inicial em torno da necessidade de implementação de políticas