Tangram
Segundo Leal (2007), a classificação mais utilizada como parâmetro de distinção a origem da informação dos tipos de spread bancário é dividida em: spread ex-ante, mensurado a partir das decisões de precificação das taxas de captação e empréstimos, por parte das instituições bancárias, refletindo, portanto, as suas expectativas em relação à demanda, à inadimplência, à concorrência, entre outras variáveis; e spread ex-post, apurado em função das receitas efetivamente geradas pelas operações de crédito e dos custos de captação dos recursos empregados, o que traduz o resultado da intermediação financeira.
São medidas que capturam momentos distintos de mensuração do fenômeno estudado. Sem entrar no mérito sobre a prevalência metodológica de uma medida ou outra, é possível estabelecer algumas características importantes para a seleção do parâmetro a ser selecionado em uma pesquisa, bem como para suporte às avaliações analíticas dos resultados. O spread ex-ante, por refletir as expectativas das instituições financeiras no momento da concessão do crédito, incorpora os efeitos de alterações no cenário macroeconômico de forma mais rápida, respondendo ao risco percebido imediatamente, o que deve se traduzir em uma maior volatilidade da medida. O spread ex-post, por sua vez, tende a apresentar um comportamento mais estável, tendo em vista que mudanças nas expectativas de mercado não repercutem de forma imediata e completa, considerando que ele apura não as expectativas, mas o efetivo resultado da intermediação financeira, medindo as ações já tomadas anteriormente e o estoque da carteira. A escolha da medida, portanto, depende essencialmente dos propósitos do estudo e das limitações estabelecidas.
Outro fato a se destacar é que os estudos sobre o spread ex-ante, inclusive os elaborados pela BCB (1999 a 2007), abordando a estrutura e a evolução da diferença entre as taxas de aplicação e de captação, contemplam especificamente as operações