Talidomida
A talidomida é um derivado do ácido glutâmico e estruturalmente contém dois anéis amida e um único centro quiral. Este composto existe na forma de mistura equivalente dos isómeros (S)-(-) e (R)-(+) que se interconvertem rapidamente em condições fisiológicas. O enantiômero (S) está relacionado com os efeitos teratogênicos da talidomida, enquanto o enantiômero (R) é responsável pelas suas propriedades sedativas.
A talidomida esteve ao mercado pela primeira vez na Alemanha em 1 de outubro de 1957. Foi comercializada como um sedativo e hipnótico com poucos efeitos colaterais. A indústria farmacêutica que a desenvolveu acreditou que o medicamento era tão seguro que era propício para prescrever a mulheres grávidas, para combater enjoos matinais.
Os procedimentos de testes de drogas naquela época eram muito menos rígidos e, por isso, os testes feitos em roedores, que metabolizavam a droga de forma diferente de humanos, não acusaram problemas. Mais tarde, foram feitos os mesmos testes em coelhos e primatas, que produziram os mesmos efeitos horríveis que a droga causa em fetos humanos.
Cientistas japoneses identificaram em 2010 como a talidomida inativa a enzima cereblon, importante nos primeiros meses de vida para a formação dos membros. As crianças nasciam com focomelia, e são chamados de "bebês da talidomida", ou "geração talidomida".
Por um longo tempo, a Talidomida foi associada a um dos mais horríveis acidentes médicos da história. Por outro lado, estão em estudo novos tratamentos com a talidomida para doenças como o cancro, câncer de medula e, já há algum tempo, para a lepra. Útil em doenças, como lúpus, alívio dos sintomas de portadores do HIV, diminuição do risco de rejeição em transplantes de medula e artrite reumatóide, a talidomina é indicada em cerca de 60 tratamentos.
A explicação para tal procedimento se dá devido ao fato de que a talidomida possui um par de enantiômeros (S) e (R) com funções e propriedades diferentes, que