Talidomida
PERES, R. V. A UTILIZAÇÃO DA TALIDOMIDA PARA NOVOS FINS CLÍNICOS. 30f. Trabalho monográfico (Bacharel em Farmácia) – Universidade Estácio de Sá, Campos dos goytacazes, 2010.
Após sua retirada do mercado em 1961, a talidomida voltou à literatura médica na última década, exibindo propriedades antiangiogênicas, antiinflamatórias e imunomoduladoras com potencial utilidade numa gama de indicações clínicas, como doenças reumáticas, neoplásicas, dermatológicas, hematológicas, inflamatórias, AIDS, caquexia, insuficiência cardíaca, meningite tuberculosa e outras. Até agora, as evidências construídas sobre seu real benefício são pobres e iniciais, sendo aqui discutidas. As doenças em que se indica talidomida são graves e de prognóstico reservado, o que poderia justificar o emprego de um medicamento com tão sério risco potencial. De toda a forma, seus efeitos adversos (sonolência, constipação, trombose venosa profunda e neuropatia periférica) devem ser cuidadosamente monitorizados, a fim de estabelecer criterioso balanço entre risco e benefício.
Palavras-chave: Talidomida, indicações clínicas e efeitos adversos.
1. INTRODUÇÃO
A talidomida, descoberta na Alemanha Oriental, em 1954, mostrou vários efeitos terapêuticos: antiemético, sedativo e hipnótico. De 1959 a 1961, foram descritas cerca de 12.000 crianças nascidas com defeitos teratogênicos. Seu uso foi, conseqüentemente, suspenso. A talidomida é derivada do ácido glutâmico. Tem ações antiinflamatória, imunomoduladora e antiangiogênica. O principal efeito adverso é a teratogênese, onde a criança pode nascer com alterações nos membros, orelhas, olhos e órgãos internos. Outros efeitos adversos: cefaléia, secura da pele e da mucosa da boca, prurido, erupção cutânea, aumento de peso, hipotireoidismo, neutropenia, bradicardia ou taquicardia e hipotensão (AZULAY, 2004). É bastante incomum um medicamento passar de ’vilão‘ a ’herói‘ no decorrer de 50 anos. A talidomida, comercializada