Taipa de Pilão
A taipa de pilão é uma técnica construtiva milenar de origem árabe, utilizada na construção de paredes e muros, que foi trazida ao Brasil pelos portugueses e largamente utilizada no período colonial, que caracterizou a maioria das construções paulistas dos séculos XVI, XVII, XVIII, e primeira metade do XIX, sobretudo na região Sudeste. Durante o ciclo do ouro, a técnica teve seu período de excelência em cidades como Ouro Preto, Congonhas e Diamantina.
As paredes de taipa têm como inconveniência uma mão de obra numerosa, por tratar-se de um processo artesanal demorado, depender das condições meteorológicas, pois não deve ser executada em temporada chuvosa, serem facilmente atacadas por roedores e a fraca estabilidade a esforços laterais provocados pelas cargas da cobertura, por isso não eram indicadas para a construção de grandes edifícios.
Vulnerável a água e a umidade, as paredes devem ser protegidas por amplos beirais e edificadas sobre uma base sólida de concreto ou pedras com cerca de 60 cm, acima do solo, ideais para o clima tropical.
A abertura de vãos é previamente determinada, devido à dificuldade de abri-los posteriormente, com a introdução de peças para escora feitas de pedra ou madeira como guarnição dos vãos, gerando pequenos nichos internos.
Para a construção da taipa são utilizados barro, água, fibras vegetais e algum tipo de aglomerante, que pode ser o estrume ou sangue de animais. Esses componentes são apiloados em uma forma de madeira, conhecida como taipal, confeccionada por tábuas com cerca de 40 cm de altura, dispostas ao longo das fundações corridas.
A mistura é compactada em camadas de 20 cm, retirando-se o excesso de umidade para que a mistura superior possa ser assentada, e assim sucessivamente até a altura pré-determinada atrás de guias de madeira. O processo de secagem é mais rápido que o de tijolos e o de concreto. Devido à provável fragilidade da mistura, as paredes devem ter no mínimo 60 cm de espessura,