Taipa de Pilão
Núcleos Fabris e de Mineração no Brasil:
As Experiências Pioneiras (1811-1880)
Telma de Barros Correia
Arquiteta e urbanista, professora doutora do Departamento de
Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia de São Carlos,
Avenida Trabalhador Sancarlense, 400, CEP 13566590, São Carlos,
SP, (16) 33739294, e-mail: tcorreia@sc.usp.br
Resumo
O texto trata da ação de fábricas e de empresas de mineração, no período entre 1811 e 1880, na criação de núcleos residenciais para seus funcionários no Brasil. Destaca a diversidade de tamanho e de programa nestes núcleos, em meio à qual algumas constantes são localizadas, tais como a usual presença de casas unifamiliares e de alojamentos coletivos e a opção pela localização destes espaços de trabalho e moradia no campo. Ressalta como, embora inovadores em termos de programa, recuperaram muito do cenário de engenhos de açúcar e fazendas do período colonial, não se identificando nestes lugares
- até 1880 - elementos formais que remetam a uma estética nitidamente industrial. Palavras-chave: habitação, núcleos fabris, arquitetura industrial
M
oradia e Trabalho
casos julgados relevantes. Embora o texto só trate
A construção de moradias pelos patrões para seus empregados – escravos ou homens livres - no Brasil, remonta ao início da colonização portuguesa, ocorrendo em engenhos de açúcar desde o século
XVI, em fazendas e em empreendimentos de mineração e, a partir do século XIX junto a fábricas, usinas de açúcar, madereiras, empresas de geração de energia, frigoríficos, etc.
Este artigo centra-se, no período entre 1811 e 1880, na emergência da grande indústria no Brasil tomando como marco inicial a criação da Real Fábrica
da configuração destes lugares até 1880, deve-se assinalar que a maioria dos núcleos tratados neste texto continuou a se expandir após esta data.
No período, entre 1811 e 1880, quatro setores tiveram uma ação expressiva no Brasil em relação à