Tai chi chuan e acupuntura
Ao avançarmos no século XXI nos deparamos com a chave principal que abre a porta para novos conhecimentos: a integração entre as diversas linguagens e modalidades do saber, que são as artes, a filosofia, a ciência e a tradição. Ou seja, se quisermos compreender melhor a totalidade da nossa experiência, tal qual nós podemos alcançar, devemos ouvir igualmente mestres e cientistas, artistas e filósofos. Essa introdução é para situar este texto como uma tentativa de diálogo entre cientistas e mestres. No caso específico, encontrar pontos comuns entre a Teoria dos Campos Morfogenéticos da Biologia e a transmissão de conhecimentos das Artes Marciais, particularmente o Tai Chi Chuan.
A Teoria dos Campos Morfogenéticos foi elaborada a partir dos anos setenta do século passado pelo biólogo inglês Rupert Sheldrake, da Universidade de Cambridge, para explicar a transferência de informação - para além do tempo-espaço - entre as formas vivas, o que nos inclui. Ou seja, o cientista descobriu como a forma dos seres vivos pode ser um campo informacional que nos liga aos nossos descendentes e ancestrais independentemente da continuidade espaço temporal, ou da presença de sinais físicos mensuráveis. Ao repetirmos determinados gestos ou condutas, nos ligamos às nossas linhagens não apenas biológicas, mas culturais, por meio da ressonância mórfica. Este conceito postula que ressoamos formas físicas, ideias e condutas, de maneira semelhante a cordas que vibram ao serem expostas a outras que soam no mesmo tom. A expressão de tal ressonância pode ser explicada por meio da teoria dos campos, semelhantes aos magnéticos e eletromagnéticos. Ressonância por meio da Forma. Isso explica, em parte, a sensação que algumas pessoas sentem, por exemplo, na catedral de Notre Dame, quando se repete a liturgia que por séculos ecoou nos seus campanários, ou ao se ouvir o coro dos lamas tibetanos e seu canto polifônico. Em sua analogia, Sheldrake nos diz que