Tabagismo. uma visão sociológica
Cláudia Sepúlveda, Juliana Aparecida, Juliana Soares, Márcia Diniz, Paloma Freire, Ramon Pereira, Suelene Coutinho e Thays Rodrigues
O tabagismo tem se concentrado cada vez mais nas populações pobres e vulneráveis, que são as que tem menos acesso à informação, à educação e a saúde. Vários estudos mostram que dos 1,3 bilhões de fumantes existentes no mundo, 80% vivem em países pobres e que existe uma correlação entre tabagismo, baixa renda e baixo nível de escolaridade.
Esses países que ainda lutam para enfrentar a fome, a desnutrição, as altas taxas de mortalidade infantil e materna, terão ainda de enfrentar perdas importantes devidos ao altos custos com o tratamento de doenças tabaco-relacionadas, bem como a perda de produtividade devida as tais doenças e ás mortes prematuras.
A incidência de tabagismo na população do sexo feminino em idade fértil vem aumentando ao longo dos anos. Sabe-se que o hábito de fumar na gravidez não é prejudicial somente à mãe, mas também ao feto.
No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) informa que um terço dos adultos são fumantes e entre esses 11,2 milhões são mulheres, que se tornam fumantes entre 20 e 49 anos.
A prevalência de norte-americanas grávidas fumantes é maior entre as jovens (menores de 20 anos) e entre aquelas com baixa escolaridade. Estudos com a população brasileira confirmam esses achados. Portanto, para se reduzir o tabagismo na gestação, além de se investir em ações de saúde, deve-se também investir em educação e ter as adolescentes como um dos alvos prioritários. As mudanças no papel social da mulher, passando a se inserir no mercado de trabalho, pode torna-la objeto de exploração e assalariamento ou tornar-se estratégia para emancipação sendo alvo para a indústria do tabaco, que passou a divulgar o cigarro como símbolo de independência.
A partir de 1970, o tabagismo na mulher adquiriu conotação epidemiológica, com maior abordagem dos efeitos