TAARE ZAMEEN PAR: COMO ESTRELAS NA TERRA
Darlene Godoy de Oliveira – Psicóloga, Mestre e Doutoranda em Distúrbios do Desenvolvimento.
O filme retrata a história de Ishaan Awasthi, um garoto indiano de 8 anos de idade que sofre diante das letras, livros e cadernos. Consequentemente, recorre com intensa freqüência a seu mundo imaginativo repleto de pipas, peixes e desenhos. Suas dificuldades são percebidas pelos professores e pais como decorrentes de pouca dedicação e empenho e, diante da gravidade dos problemas e em parte como um castigo, os pais de Ishaan colocam-no num colégio interno. Lá, as dificuldades de aprendizagem agravam-se ainda mais e o garoto começa a desenvolver um quadro depressivo importante que é ignorado. O panorama da situação muda quando um jovem professor de Artes chega ao colégio e passa a se preocupar com Ishaan acompanhando-o de perto. Coincidentemente, este professor é disléxico e aos poucos percebe que os tipos de erros de leitura e escrita apresentados pelo garoto indicam que ele também pode ter o transtorno. Paralelamente a isso, o professor consegue incentivar o talento nato de Ishaan para desenhar e ao final do filme, ele é reconhecido por todos do colégio como um excelente artista.
Não pretendo discorrer sobre este filme segundo alguma teoria psicológica específica, mas refletir sobre o impacto que a existência da Dislexia pode atingir nas dimensões cognitiva, comportamental, familiar, escolar e macro social. Além disso, gostaria de assinalar brevemente as principais evidências neurobiológicas da Dislexia, que tem sido pesquisada há mais de um século em diversos países do mundo1,2.
Ishaan, apesar de freqüentar regularmente a escola e ser acompanhado pelos pais em casa, não é capaz de decodificar letras em sons com precisão, falha ao escrever espelhando letras e as percebe em movimento quando tenta ler. O último sintoma é relatado na literatura como stress visual e é presente em parte dos casos de Dislexia. Além disso, a