UMA ANÁLISE DO CONTO O ESTIVADOR DE HARRY LAUS

UMA ANÁLISE DO CONTO O ESTIVADOR DE HARRY LAUS
CLABER BORGES CAMPOS1
Resumo: Esse trabalho fará uma breve análise do conto O Estivador de Harry Laus.
Harry Laus nasceu em 11 de dezembro de 1922 na cidade de Tijucas em Santa
Catarina e faleceu em 27 de maio de 1992 na cidade de Florianópolis. Era um crítico de arte e escritor. Segundo ele: “Alguns escritores emprestam seus próprios sonhos a seus heróis, virtudes inalcançadas, misérias dissimuladas, o amor que foram incapazes de confessar ou retribuir.” (LAUS apud SANTOS, acesso em 8 jun. 2013).
Entrou no exército por opção, ficando por 23 anos. Em 1964, foi pressionado a pedir baixa. “O motivo da minha saída do exército seria outro, ligado a meu comportamento sexual.” (LAUS apud SANTOS, acesso em 8 jun. 2013). Segundo Santos “a discussão sobre a questão do homoerotismo é medular.” (SANTOS, acesso em 8 jun. 2013).
A personagem Aldo não revela sua homossexualidade para a sociedade.
Pouco falava. Recebia as ordens, inteira-se do serviço, calculava o tempo necessário ao transporte da carga e cumpria a tarefa sorrindo, às vezes assobiando, disputando em silencio a eficiência própria com a dos outros, cuidando em suplantá-los em método e agilidade. Permitia-se, durante o trajeto do carregamento, comparar seu físico com os demais e se algum novato lhe parecia mais forte, partia para o teste de liderança: a queda de braço. (LAUS, 1989, p. 57).

Pode-se notar uma preocupação dele em ser o melhor do porto, tanto em eficiência como em força física. Entretanto, aos sábados ele tinha o objetivo de “alisar o cabelo, botar perfume, vestir o roupão de seda cor sangue que ganhara na disputa de braço com o marinheiro sueco.” (LAUS, 1989, p. 58, grifo nosso). O marinheiro sueco é uma referência ao artista Tom of Finland, que é conhecido mundialmente pelos seus desenhos retratando homens musculosos usando farda ou/e em atos homoeróticos.
A personagem pertence a uma cultura gay, embora não revele no seu dia a